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TRE-MT reforça ações para ampliar participação feminina na política

Para estimular a presença de mulheres na política e combater a violência de gênero no ambiente eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) promoveu, nesta sexta-feira (5), uma reunião virtual com representantes partidários. Mais de 60 pessoas participaram do encontro, que reforçou a importância de incentivar candidaturas femininas e cumprir as regras eleitorais voltadas à inclusão.

O secretário Judiciário do TRE-MT, Carlos Luanga Ribeiro Lima, abriu o evento destacando que a democratização da política depende da ampliação do espaço feminino e do cumprimento das normas de financiamento e participação.

A programação contou com quatro exposições. A oficial de justiça e ativista Juscileide Rondon abordou os desafios das mulheres na política, como desigualdade econômica, múltiplas jornadas e barreiras culturais. Ela lembrou que o Brasil ocupa a 132ª posição em ranking internacional de igualdade na participação política.

O assessor Jorge Kimura explicou as regras de financiamento de campanhas femininas, incluindo a exigência de que partidos destinem ao menos 30% do Fundo Eleitoral para promover a participação das mulheres. Segundo ele, a medida busca reduzir desigualdades e fortalecer candidaturas competitivas.

A chefe da Sipe, Lídia Silvério, detalhou os requisitos legais para registros de candidaturas femininas e destacou que, embora as cotas tenham avançado, a representatividade ainda é baixa: apenas 91 das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados são ocupadas por mulheres. Ela reforçou que a regularidade das candidaturas femininas é essencial para a validade dos DRAPs e pode impactar todo o conjunto de candidatos do partido.

O encerramento ficou a cargo da juíza membro do TRE-MT, Juliana Maria da Paixão Araújo, que tratou da violência política de gênero. Ela lembrou que mulheres ocupam só 13% das prefeituras e 18,24% das vagas nas câmaras municipais e são alvo de violência física, moral, simbólica, econômica e institucional. A magistrada defendeu ações permanentes dos partidos, como capacitação, apoio à maternidade e horários compatíveis com a rotina das candidatas.

“Uma democracia forte exige mulheres em todos os espaços de poder”, afirmou.