Neste dia 28 de junho, entidade refora compromisso de combate a todo tipo de discriminao
Em 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, em Nova York (EUA), membros da comunidade LGBTQ+ se revoltaram contra uma série de abusos policiais que vinham sendo cometidos contra eles. No ano seguinte, na mesma data, começaram as marchas por direitos iguais. Nesta data, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em sua atual gestão, reforça seu compromisso e seu total apoio no combate a todo tipo de discriminação.
“Nossa luta é pelo fim da discriminação e esse é o meu compromisso à frente da CBF. E esse trabalho começa dentro da casa do futebol brasileiro, com a criação de cláusulas anti discriminação, que respeitam as diferenças e, mais do que isso, as valoriza. Herdei uma entidade que chegou a banir a camisa 24 de seus jogos e que se mostrou distantes das causas que são absolutamente necessárias para que a convivência entre todos no planeta possa existir. Com o apoio de todos e daqueles que me elegeram, fiz um caminho inverso à frente da CBF. No Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, estão presentes as representações LGBTQ+, trabalhando no desenvolvimento de propostas para garantir os direitos e a segurança de todos. No ano passado, a CBF patrocinou a Parada LGBTQ+, levou a camisa da Seleção com a braçadeira do Arco Íris e estará sempre conectada não só a esse tema, como a qualquer outro que for pertinente, levando a sua força e de suas Seleções com uma mensagem de respeito às diferenças e na construção de um mundo melhor. Estaremos sempre apoiando as manifestações que tenham como bandeira a luta contra a desigualdade”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Onã Rudá, fundador das torcidas Canarinhos LGBT e LGBTricolor, comentou sobre a importância desta data.
“É uma data muito simbólica para nossa comunidade. Quando a CBF se propõe a falar sobre o tema, ajuda no fortalecimento de uma comunidade fragilizada e estigmatizada, alvo de preconceitos e com números alarmantes de casos de violência e discriminação no Brasil. No futebol, hoje, não temos muitos LGBTs assumidos por medo. É um movimento importantíssimo de reconhecimento por dignidade e direitos”, avaliou.
Ednaldo Rodrigues e On Rud, do Coletivo LGBTQ+
Crditos: Lucas Figueiredo/CBF
Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris, relembrou a parceria feita com a CBF, em novembro. Na oportunidade, a entidade patrocinou a Parada LGBT+Rio e uma camisa gigante, com o número 24, marcou a manifestação.
“É importante não só celebrarmos a luta pelo direito de existir, mas também reconhecer as conquistas alcançadas até agora, mesmo que ainda sejam pequenas. Quando falamos de futebol, ainda vemos atitudes de preconceito. Uma entidade que promove e valoriza ideias de respeito à diversidade, aos direitos humanos, e que entende a necessidade dessas pessoas serem incluídas no esporte, é muito importante”, disse.
“Nós também temos direito de torcer, de participar da comunidade esportiva, do futebol, do clube… É fundamental que mais instituições se posicionem a favor da comunidade LGBTQ+. Independentemente de raça, identidade de gênero, crença. O respeito precisa estar acima de tudo. Em conjunto com a CBF, estamos estudando implementações de um conjunto de regulamentos contra a discriminação”, completou.
A conscientização é demorada, mas necessária. Kathellen Sousa, zagueira da Seleção Brasileira Feminina – e que estará na Copa do Mundo Feminina FIFA Austrália e Nova Zelândia 2023 -, trouxe detalhes do seu trabalho diário com os pais.
“No meu dia a dia, nas minhas redes, tento educar de alguma forma, compartilhar informações. Por exemplo: sou filha de pais tradicionalmente religiosos. Vivo momentos de descobertas e ensinamentos com eles. Explico que, acima de tudo, amor é amor. O mais importante é respeitar o próximo. Desde que revelei minha orientação sexual, virei uma espécie de “professora” deles. Também sei que sou inspiração para muitos da comunidade”, revelou.
“Não nos sentimos mais especiais, mas é uma data importante porque ainda lutamos por respeito, por ‘aceitação’. Tentamos quebrar essa barreira do preconceito mostrando que só queremos ser respeitados por amar. E isso não é errado”, concluiu a atleta.
Kathellen é zagueira da Seleção Brasileira Feminina
Crditos: Thais Magalhes/CBF
