Ainda segundo Bolsonaro, “a grande maioria sequer estava na Praça dos Três Poderes naquele fatídico domingo, que nós não concordamos com o que aconteceu lá”. Desde que golpistas invadiram as sedes dos três Poderes, Bolsonaro tem tentado se desassociar do ocorrido, afirmando que não concorda com a invasão. Durante as eleições, o ex-presidente da República agiu diversas vezes para desacreditar as urnas eletrônicas e colocar em dúvida a confiabilidade do processo eleitoral.
A Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal mais 80 denúncias contra radicais que participaram dos atos do dia 8. O número de acusações formais chegou a 912.
Como mostrou o Estadão, havia idosos entre os extremistas que invadiram prédios públicos pedindo “intervenção federal”, incluindo Fátima Mendonça, de 67 anos, que defecou no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que ia “pegar o Xandão”. Após as prisões iniciais, cerca de 599 pessoas foram liberadas por “questões humanitárias” – idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.
Nesta terça-feira, 28, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a soltura de 137 denunciados pelos atos golpistas. Agora, eles poderão deixar o sistema carcerário do Distrito Federal e retornar a seus Estados de origem – ao todo 14 – para o cumprimento de medidas cautelares alternativas, inclusive com o uso de tornozeleira eletrônica.
As prisões de extremistas têm sido questionadas por críticos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que pedem a garantia dos direitos humanos dos presos e cobram que seja cumprido o devido processo legal nas acusações. Hoje, a maioria dos detidos teve prisão em flagrante convertida em prisão preventiva pelo ministro Alexandre de Moraes.