A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) apresentou nesta quarta-feira (2) ações que já estão sendo trabalhadas pelo Governo do Estado para estimular a produção de peixe e a agricultura irrigada. O estado tem potencial para dobrar a produção de pescado de água doce e elevar em nove milhões de hectares a área irrigada, por conta da oferta de recursos hídricos.
Os dados foram repassados durante encontro promovido pela Sedec para divulgar que em 2016 as duas atividades produtivas serão prioritárias no orçamento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO/Rural). Cada segmento terá até 20% dos financiamentos a serem liberados.
“Esta definição das prioridades do FCO era uma demanda antiga do setor produtivo do estado, que agora, com gestão eficiente, estamos conseguindo colocar em prática. Nossa ideia é trabalhar fortemente a melhoria do ambiente de negócios por meio de políticas públicas que fomentem as atividades com potencial em Mato Grosso”, disse o secretário Seneri Paludo, ao se referir à proposta feita pelo Conselho de Desenvolvimento Agrícola (CDA) e aceita pela Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) para priorizar a piscicultura e irrigação no próximo ano.
Paludo lembrou que o atendimento a essa demanda é resultado de um trabalho que foi realizado ao longo de 2015 em conjunto com os setores produtivos. “Conversar e ouvir o empresariado para formular políticas para criar um ambiente de negócios favorável em Mato Grosso foi uma determinação do governador Pedro Taques, que também exigiu que tudo seja feito de maneira correta para dar segurança legal e jurídica aos investidores”.
Mato Grosso é o segundo maior produtor de pescado de água doce do país (60.964 mil/t), respondendo por 12,8% da produção nacional, segundo levantamento mais recente do IBGE e há oportunidade para dobrar o volume nos próximos anos, pois o estado é grande.
Para o secretário-executivo da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco das Chagas de Medeiros, Mato Grosso tem três fatores que fazem com que seja o estado com maior potencial de crescimento da produção de pescado nos próximos 20 anos. “Aqui temos grande produção de grãos, que é a base da alimentação dos peixes, temos enorme potencial hídrico e um produtor com perfil empreendedor, que está aberto para investir em novas atividades”.
Já em relação à irrigação, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), atualmente em Mato Grosso são 179 mil hectares com outorga de licença para irrigação, entretanto a Associação dos Produtores de Feijão Irrigado (Aprofir) aponta que apenas 70 mil hectares são irrigados no estado.
Segundo dados apresentados pelo professor da Universidade Federal de Viçosa, Everardo Mantovani, Mato Grosso poderá aumentar em nove milhões sua área irrigada nos próximos anos. “Vejo que Mato Grosso é o estado com maiores oportunidades para o incremento da irrigação, podendo utilizar esta atividade aplicada à Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), por exemplo, e pode ser utilizado como uma segurança para o agricultor produzir o ano todo”.
O secretário-adjunto de Agricultura da Sedec, Alexandre Possebon, destacou que a secretaria está trabalhando também na estruturação dos Planos Estaduais da Irrigação e da Piscicultura. “São duas áreas com forte vocação em Mato Grosso. Na piscicultura, observamos que o consumo está crescendo e gerando demanda, tanto interna quanto externa. Já a irrigação, podemos utilizar também na produção de hortifrútis, que o estado importa. Com estas políticas públicas será possível fortalecer o mercado e estruturar estes setores”.