O Auditório do Espaço Justiça, Cultura e Arte Desembargador Gervásio Leite, na sede do Tribunal de Justiça, em Cuiabá, ficou lotado. O público era formado em grande maioria por mulheres, mas também contou com a participação masculina. Todos interessados em ouvir o que um historiador, uma psicóloga e um médico com pós-graduação em psiquiatra, tinham para falar sobre a saúde emocional da mulher na atualidade.
A presidente do Tribunal, desembargadora Clarice Claudino da Silva, conduziu a roda de conversa. “Em momentos como este é impossível não se lembrar das pioneiras. Mulheres que vieram antes de nós e pavimentaram o caminho para estarmos aqui hoje. Uma delas, a desembargadora Shelma de Kato, que foi a primeira juíza, primeira desembargadora, primeira presidente do TJMT, primeira presidente do TRE. Um exemplo para todas nós”, reverenciou.
O médico da família, com pós-graduação em psiquiatria, Werley Peres, foi o responsável por abordar o tema saúde emocional. Ele convidou o mestre em história, Suelme Evangelista Fernandes e a psicóloga Jéssica Kitayama Paes de Barros para a discussão.
“A violência é um fator desencadeador de várias desordens emocionais. E a mulher é uma das principais vítimas, pois ao longo da vida vai aceitando, sem perceber, diversas situações e isso acaba adoecendo. É impressionante o número de mulheres depressivas. São leoas presas em um barbante, que precisam ter consciência da sua condição para escapar”, definiu o médico.
Suelme Evangelista Fernandes trouxe uma linha do tempo da sociedade patriarcal, fatos históricos e pensamentos de filósofos que explicam o surgimento do machismo e as práticas violentas contra mulher. Para ele, a saída está na educação. “Não vamos controlar o mundo. Precisamos ensinar nossos filhos de que tudo pode, entretanto, a ética ensinada desde cedo vai dar a resposta. Podemos fazer tal coisa, mas convém? É bom? É ético?”, provoca o mestre em História.
Jéssica Kitayama Paes de Barros lembrou que em 11 anos atendendo muitas mulheres pelo Sistema Único de Saúde e em consultório privado nunca teve uma paciente que não tenha relatado algum tipo de violência, seja física, psicológica ou sexual. “Esse sofrimento tem sido gatilho para doenças emocionais como ansiedade, depressão, fobia, insônia e transtornos mentais comuns”, alerta a psicóloga.
Servidora há 27 anos do Judiciário, Maria Silvina da Silva, elogiou a iniciativa do Tribunal trazer esse bate-papo no Dia Internacional da Mulher. “Além de toda a descontração com o Coral do TJMT e com a peça da Almerinda, tivemos esse momento de reflexão para pensarmos sobre nossa saúde física e emocional, que muitas vezes a colega do lado está sofrendo e ninguém vê”, analisou.
Após as reflexões realizadas durante o evento, a presidente do TJMT, que também preside o Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur) convidou para que os presentes se voluntariassem a passar por capacitação de facilitadores do Circulo de Paz e informou que o Núcleo está pronto para atender os pedidos de facilitação nas unidades em que atuam. “Foi um momento de descontração, mas com uma pegada reflexiva sobre amadurecimento e autoconhecimento. Vemos que a mensagem tocou o coração das pessoas. Quero que todas as mulheres saibam que no Poder Judiciário temos maneiras, mecanismos e ferramentas para que cada uma possa se defender e sair de qualquer risco que corram”, concluiu.
Participaram do evento a vice-presidente do TJMT, desembargadora Maria Erotides Kneip, prestigiou o evento, assim como a desembargadora Serly Marcondes, o desembargador Paulo da Cunha, os juízes auxiliares Túlio Dualibi Alves de Souza, Viviane Brito Rebello, a juíza coordenadora do Nupemec, Cristiane Padim, e a juíza diretora do Fórum da Capital, Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva e a diretora-geral do TJ, Euzeni Paiva de Paula e a vice-diretora-geral, Claudenice Deijany F. de Costa.
#ParaTodosVerem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual.
Descrição da imagem: Foto1 – retangular colorida mostrando a roda de conversa.
Foto 2 – Desembargadora Clarice Claudino em ângulo fechado. Ela segura o microfone e fala com os participantes do evento.
Alcione dos Anjos/ Fotos Alair Ribeiro
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
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