A comunidade acadêmica da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) se em reuniu assembleia na tarde da última quarta-feira (8) para debater a implantação de banheiros sem a identificação de gênero no interior do prédio da instituição de ensino superior. A medida visa combater o racismo e o preconceito de gênero e é vista como um avanço no sentido de tornar a UFR mais inclusiva.
A assembleia foi convocada pela professora Beatriz Oliveira Feitosa, representante do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICCHS) junto ao Conselho Superior Universitário (Consuni), após a adoção dos banheiros sem identificação de gênero ser questionada por um dos conselheiros. “Nós estávamos avaliando uma minuta (de Resolução) no Consuni quando a criação dos banheiros sem identificação de gênero foi questionada. Aí eu decidi pedir vistas e convocar a comunidade acadêmica para tomarmos uma posição definitiva no sentido de tornarmos a nossa universidade, que está nascendo agora, numa universidade inclusiva”, explicou a docente.
Uma das componentes da mesa de condução da assembleia, a professora Priscila Scudder, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), esclareceu que a adoção dos banheiros sem identificação de gênero é uma medida para aplicar leis já existentes. “A minuta é aberta citando 12 artigos de lei, decretos e resoluções. Para mim, isso é muito simbólico, é um sinal da preocupação que a comissão teve de apontar os preceitos legais da Resolução”, defendeu.
Na prática, a adoção dos banheiros sem a identificação de gênero, que se somariam aos banheiros masculinos e femininos já existentes, serviria para o uso das pessoas de qualquer identificação sexual, mas obviamente seria mais usado pelas pessoas do público LGBTQIA+.
Com a presença de representantes de professores, da Reitoria, de estudantes e técnicos, além de representantes da comunidade LGBTQIA+, a criação dos banheiros sem a identificação de gênero foi aprovada por unanimidade.